da Comunidade do Carmo de Viana do Castelo
na Eucaristia de Acção de Graças
pelos 390 anos da fundação da vida carmelitana
na Eucaristia de Acção de Graças
pelos 390 anos da fundação da vida carmelitana
Caros irmãos e irmãs Carmelitas
Caro irmão bispo Dom José Augusto
Santa Teresa de Jesus, nossa Mãe, fundou o Carmelo de São José de Ávila no dia 24 de Agosto de 1562. Ali viveu cinco anos que dedicou à oração contínua e à intimidade com Deus. Vivendo ali pacificamente, acalentava, porém, um sonho que ia germinando no seu coração: «fazer o pouco» que estava em suas mãos, porque tinha recebido «notícias dos danos e estragos que em França faziam os luteranos; de como crescia essa desventurada seita, e de como tantas almas se perdiam». Havia pois que fazer algo.
Caro irmão bispo Dom José Augusto
Santa Teresa de Jesus, nossa Mãe, fundou o Carmelo de São José de Ávila no dia 24 de Agosto de 1562. Ali viveu cinco anos que dedicou à oração contínua e à intimidade com Deus. Vivendo ali pacificamente, acalentava, porém, um sonho que ia germinando no seu coração: «fazer o pouco» que estava em suas mãos, porque tinha recebido «notícias dos danos e estragos que em França faziam os luteranos; de como crescia essa desventurada seita, e de como tantas almas se perdiam». Havia pois que fazer algo.
Chegou por fim o Pe. João Batista Rubeo, Visitador Geral, que trazia no alforge as autorizações do Papa Pio V para reformar a Ordem. Foi grande a sua alegria quando conheceu a Madre Teresa de Jesus e a sua obra entre Irmãs.
Também lhe entregou patentes para que igualmente fundasse entre os Irmãos. E logo ela, como que inspirada, deitou mão do melhor que então havia: do pequenito e recém-ordenado Frei João da Cruz!
E foi assim que no primeiro domingo do Advento de 1568 [exactamente no dia 28 de Novembro] Frei João da Cruz fundou o nosso berço: o conventinho de Duruelo, que já não existe.
As patentes de Pio V autorizavam a que se fundasse conventos masculinos com igual estilo de vida, mas que fossem de homens tais como «claros espelhos, lâmpadas ardentes, tochas acesas, estrelas resplandecentes capazes de esclarecer e guiar os viajantes deste mundo.»
Este é o nosso encargo de Carmelitas Descalços em Viana do Castelo.
O primeiro convento do Carmo a nascer em Portugal foi o de Nossa Senhora dos Remédios, fundado em Lisboa no dia 15 de Outubro de 1581, pelo Padre Ambrósio Mariano de São Bento. Tinham passado 23 anos desde a fundação do de Duruelo, e era o primeiro que se fundava fora da Pátria dos Santos Fundadores.
Trinta e sete anos após o primeiro Convento português, fundou-se em 1618 este Convento do Carmo de Viana do Castelo. Era a nona fundação em terras lusas.
Não foi de todo fácil a fundação; e, aliás, não faltaram oposições de quem deveriam vir as obrigações. Mas valeu o bom senso da Câmara da Vila de Vianna, dos seus Vereadores e dos que desejavam a nossa presença, que bem se ilustra em palavras do Dr. Manuel Jácome Bravo, Desembargador, que assim argumentou: «Uma companhia de Carmelitas Descalços dá muita nobreza a uma terra, porque, como soldados de Cristo e mercadores do Céu, esforçam a devoção, fazem guerra aos vícios e abrem lógea de mercadoria e trato espiritual, onde tanto havia da terra.»
O resto da história não é toda de todo conhecida. Mas também não me posso alargar. Basta que se saiba que quando os ventos contrários nos contrariaram a nau e nos impeliram a sair, saímos. Saímos do que era nosso, deste Convento onde se fazia bom comércio com o Céu.
E ficaram mais livres as mãos e as consciências para aumentar o comércio da Terra, nesta terra que o tinha até ao excesso.
Regressamos a Viana no dia 13 de Junho de 1932 para recolher os cacos e as ruínas que restavam, porque a estreiteza dos que só comerciam mercadoria da Terra a isso conduz.
Regressamos a Viana porque todas as épocas (e também a nossa) precisam de quem saiba fazer o bom comércio com o Céu; e de quem saiba ter o bom trato espiritual; e porque em todas as épocas existem vícios que espantar e necessidade de combater e de esforçar o aumento da devoção.
Muito obrigado, meus irmãos e irmãs Carmelitas e irmão D. José Augusto, pela vossa presença e oração, cujo significado compreende tudo isto e também a necessidade de, em conjunto, soprarmos a cinza das brasas, a fim de que se mantenham vivas em Viana do Castelo «as lâmpadas, as tochas e as estrelas capazes de esclarecer e guiar os viajantes deste mundo».
E tudo isto para que o Reino seu aumente, para que a Mãe do Senhor coroada com o título do Monte Carmelo seja louvada, e para maior honra e glória da Santíssima Trindade.
Frei João Costa, Prior
Carmo de Viana do Castelo e 1 de Julho de 2008
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