quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Beatificação de Louis e Célia Martin (II)

D. Guy Gaucher, OCD
Uma auréola para dois.
Os trabalhos referentes à possível beatificação dos esposos Luis e Célia Martin iniciaram-se em 1957. Porém, desde há muito tempo que os esposos e as famílias têm vindo a receber favores e graças por sua intercessão.
Evidentemente que eles não são beatificados por terem gerado «a maior santa dos tempos modernos», nas palavras de Pio X, mas porque casa um deles viveu o Evangelho o mais plenamente que pode.
Foi o Papa João Paulo II quem juntou a causa de beatificação dos esposos Martin, declarando-os veneráveis em 1994. Só faltava um milagre, que aconteceu em Milão, em 2002: a cura dum bebé acontecida de modo inexplicável e por intercessão do casal Martin.
O Papa Bento XVI autorizou assinou a autorização da beatificação em Julho de 2008.
Na pequena cidade de Alençon, Louis Martin era joalheiro e relojoeiro, e Célia, nascida Guérin, era tecedeira da famosa renda de Alençon. Eram cristãos fervorosos, de caridade concreta e efectiva. Tiveram nove filhos. A mortalidade infantil era muito elevada nos finais do séc XIX, e levou-lhes quatro deles: duas meninas e dois meninos.
Trabalharam duramente para educar as cinco filhas.
A última das cinco, Teresa, nasceu quando Célia já tinha 41 anos e foi amamentada por uma ama de Semaillé.
O cancro da mama, associado a grandes sofrimentos, conduziu Célia à morte quando Teresinha tinha apenas quatro anos e meio. Foi no dia 28 de Agosto de 1877. Apesar de muito pequenina, Teresinha conservou memória dos seus primeiros anos cheios de amor e de alegrias familiares.
Toda a família sofreu amargamente a perda da mãe. Mas quem mais sofreu foi a pequenina Teresa. O sofrimento foi tão profundo que tardou dez anos a recompor-se.
Viúvo e com cinco filhas menores, Louis Martin fez o sacrifício de se mudar para Lisieux, a fim de educar as suas filhas com a ajuda dos seus cunhados, o casal formado pelo farmacêutico Isidoro Guérin e a esposa Celina.
Louis sobreviveu 17 anos à esposa e tocou-lhe também viver a ‘paixão’ duma doença que se prolongou por seis. Coube-lhe, contudo, aceitar e abençoar a vocação religiosa das suas cinco filhas.
Esta é uma família normal, que afinal não o era. Foi uma família que viveu o que Teresa escreveu na poesia 54, de 1897: «Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo».

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