segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Conversa Missionária

Este dia teve 50 horas! (V)

Como convém, não ficamos só pelo olhar. Também nos pusemos a palrar. Foi mais ouvir que palrar, que quem palrou foi a Irmã Cidália, missionária. Falou das origens da sua vocação e de como ela encontrou aqui no Carmo de Viana do Castelo um empurrão solícito. Falou de outras paragens e estágios que a ajudaram a chegar ao Malawi e à Tanzânia. Falou das suas experiências de vida e de morte, do choque de culturas, do sonho que parecia sonho e deixou de o ser para passar a ser grata realidade. Falou da sua entrega, cansaços e canseiras. Falou das vocações que florescem com vontade de entrega ao Senhor, e das crianças sem pai nem mãe. Falou da língua diferente e como é passar três anos sem ouvir falar português. Falou dos miúdos negritos que a mordiscam nas costas das mãos porque é tão branquinha até ao cabelo.
Falou, cantou, respondeu e sorriu sempre.
(Sorris muito, Irmã Cidália. Porquê?)
É muito serena a missionária que tivemos entre nós. Serena porque talvez saiba que não é senhora, mas serva; talvez saiba que nada pode e tudo pode, porque tudo pode o seu Senhor. E se nada mais pode é porque Ele quer ser Ele a fazer o que ela já não pode.
(És feliz, Cidália, porque, em menos de meio século atingiste a sabedoria dos simples, que torna feliz quem dela se apropria, porque nada mais tem de seu que aquilo que pertence ao seu Senhor!)
Ah! Como são os amores! Então não é que ela, volvidos mais de vinte anos, ainda se lembra das pessoas e dos seus nomes! Uma missionária tem muitos nomes no coração, e nem todos são negros! E uma memória que guarda no cofre pequenino do coração.
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