quarta-feira, 15 de outubro de 2008

À Santa Madre Teresa de Jesus

Monja andarilha e abadessa andante
que ao serviço de Nossa Senhora
alanceavas moinhos e carneiros.
Tu, princesa, sopeira e mendicante;
tu que sabias a hora
a que Deus vinha fiscalizar os tachos;
tu, que depois te deleitavas cara a cara
a confidenciar com Ele à sobremesa.

E era quase teu irmão
aquele que te enchia a cabeça
de anjinhos e de fundações.

E tu logo partias
a pregar canções e razões
como se brincasses às Ave Marias.
Teresa de Jesus, tu que soubeste
carregar os êxtases e o dardo
glorioso o peito e a mirada triste,
trémula a alma e andar galhardo.

Tu, que és da Divina
Pomba que ao ouvido te ditava
as suas lições de amor e de doutrina
e de consolo musical, enquanto

a nuvem desenhava
um atril de marfim para o teu canto.
Tu, senhora de toda a gentileza,

acolhe-me no teu abrigo,
Teresa de Jesus, Madre Teresa,
não me deixes estar só comigo.
(Inácio B. Anzoátegui)

Sem comentários: