segunda-feira, 24 de novembro de 2008

13 de Julho é o seu dia

Hoje, 24 de Novembro, a Santa Sé fez saber que o dia da Memória dos Bem-aventurados Célia e Luis Martin, será no dia 13 de Julho.
Pela primeira vez, com a beatificação dos esposos Martin – pais de Santa Teresinha do Menino Jesus –, a Igreja estabeleceu que a comemoração destes esposos seja no dia do seu matrimónio, e não no de seu falecimento, como era habitual.
«Com isso entendo que a Igreja deseja assinalar a importância da união matrimonial como caminho de santificação e fonte de elevação da sociedade», revela a professora Eva Carlota Rava, argentina estabelecida em Roma, onde lecciona teologia espiritual, na Pontifícia Universidade Lateranense.
Esta professora, que esteve no santuário de Lisieux para a beatificação de Louis Martin e de Zélie Guérin, declara que os pais de Teresinha foram declarados Bem-aventurados não por serem pais de uma santa, mas por si mesmos e suas virtudes heróicas.
O dia da beatificação coincidiu com o Dia Mundial das Missões e com o 10º aniversário da proclamação de Santa Teresinha como Doutora da Igreja, por João Paulo II.
É apenas a segunda vez que um casal é elevado aos altares: o primeiro foi Luigi Beltrami Quatrocchi e Maria Corsini.
Ainda que os Martin tenham vivido num período histórico e em circunstâncias muito diferentes das nossas, a sua experiência serve-nos de exemplo em muitos aspectos.
Eles ensinam-nos, acima de tudo, a verdade das palavras de Jesus: «Buscai o reino de Deus e sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado». Com efeito, conheceram a felicidade de um amor cristão esponsal e familiar generoso e profundo e experimentaram a fortaleza necessária para enfrentar todos os sacrifícios. Ainda que sofressem a perda de 4 filhos pequenos, as dificuldades e exigências de um trabalho indispensável para sustentar a família, e graves enfermidades – ela morreu de câncer aos 46 anos e seu esposo, já viúvo, padeceu de arteriosclerose cerebral –, sempre prevaleceu o amor, a confiança e a gratidão entre eles e com Deus.
Também nos serve de exemplo o modo como souberam conciliar e encarar as exigências do trabalho muitas vezes esgotante, com as da família, educando com amorosa e firme dedicação cada um de seus filhos e encontrando na prática religiosa alento para superar todos os obstáculos.
O casal Martin mostra também que a família não é um âmbito fechado sobre si mesmo, mas aberto aos demais. A todos os que entraram em contacto com eles, manifestaram solicitude e ajuda: as operárias que trabalhavam para a empresa familiar do «ponto de Alençon», as domésticas, os pobres da cidade... Deram também testemunho de seu espírito cristão, vivendo com patriotismo, mas sem ódios, e com compaixão os duros momentos da guerra franco-alemã quando teve por cenário Alençon e seus arredores.
O casal Luis Martin e célia Guérin pode dar luz e força aos esposos e pais cristãos, para fazer de sua vida matrimonial uma fonte de alegria e um caminho para santificar-se santificando. Dão testemunho que a família cristã, quando está animada pelo amor recíproco, é o âmbito onde cada um – pais e filhos – pode crescer e desenvolver-se até alcançar a santidade e oferecer com isso uma contribuição insubstituível à sociedade e à Igreja.

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