sábado, 15 de novembro de 2008

Bispo Carmelita de Bagdad, D. Jean Sleiman pede a Obama


O arcebispo iraquiano Dom Jean Sleiman, de Bagdad, espera que o presidente eleito dos Estados Unidos inste o país, desgastado pela guerra, a respeitar os direitos das minorias. O arcebispo dos católicos de rito latino no Iraque disse à associação humanitária católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) que é importante para os Estados Unidos e o presidente eleito Barack Obama «ajudar a proteger os direitos das minorias no Iraque. É necessário pressionar o governo iraquiano para que respeite as necessidades não só dos cristãos, mas de outras minorias».O prelado fez estes comentários depois de que alguns denunciaram interesses políticos por trás do êxodo massivo de cristãos de Mosul, que se produziu no mês passado. Enquanto isso, o Parlamento Iraquiano anunciou em 3 de Novembro que se deixarão apenas seis cadeiras aos grupos minoritários, nas eleições provinciais previstas para o próximo mês de Janeiro. Três destas cadeiras – de um total de mais de 400 – serão para cristãos.«Espero que os Estados Unidos animem o Iraque a melhorar e a converter-se em um país no qual se mantém o império da lei, onde há igualdade, e os direitos humanos estão no centro da constituição», disse Sleiman. O prelado afirmou que os cristãos precisam de mais protecção, sublinhando que só 1.500 dos 15 mil que deixaram Mosul voltaram, apesar do medo das actuais ameaças e intimidação.«Às partes políticas aqui não lhes importam os direitos das minorias – afirmou. Pensam mais em suas próprias tácticas e estratégias.»Seu comentário coincide com uma declaração, no mês passado, dos bispos iraquianos, que disseram que os trágicos acontecimentos de Mosul eram parte de um plano político encaminhado à divisão e fragmentação do país.O arcebispo acrescentou que no Iraque pouca gente – incluindo os cristãos – espera mudanças significativas no mandato de Obama.Afirmou: «Não detecto um entusiasmo real por Obama. As pessoas aqui pensam que uma mudança de presidente não levará a uma mudança na estratégia, talvez no estilo».«Um jornal digital árabe publicou um artigo com este titular: ‘Bush não era um selvagem e Obama não será um anjo’. Penso que isso quer dizer que o jornal crê que Bush não foi tão mal como se diz e que Obama não será tão bom como se pensa.»«As pessoas não sabem de tudo que Obama pensa. Sua figura carismática e sua vitória impressionaram todos. Mas muita gente está à expectativa e espera ver como se desenvolve a situação», conclui o prelado.

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