quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A festa começou


Quando um ano cai outro se levanta.
Se soubessemos o que o amanhã nos reserva não haveria esperança,
e, creio, nem tanta festa.
Por isso, ao cair do pano sobre mais um ano, reuniram-se no nosso Convento as Comunidades de Viana e Porto. A noite começou de madrugada e vai terminar depois das 12 badaladas. No intemédio jantámos, como se vê, e seguir-se-á um teatro à boa maneira teresiana, ou será sanjuanista? Carmelitana é de certeza. Os actores são os jovens teólogos do Porto. Tirando nos bastidores, acção ainda não há.
O restante da festa virá depois. Até lá: bom (fim de) ano!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Presépios do Carmo (X)


Presépio do Coro Vespertino, no locutório.
Onde estão os presépios? Onde está o presépio da música? Estão, está aqui. É para que vejam. E podem continuar a vir. Ficarão até ao próximo dia 11. À nossa espera. Boa visita.

Encontro de Espiritualidade

No fim de semana de 17-18 de Janeiro vai decorrer no nosso Convento um Encontro de Espiritualidade sobre São Paulo e Santa Teresinha. Marque na sua agenda.

Vamos organizar a Adoração Eucarística

A fim de se organizar a Adoração Eucarística mensal convocamos os Ministros Extraordinários da Comunhão e outras pessoas interessadas para no dia 3, pelas 16:00h, organizarmos este momento de oração tão frutuoso e agradável ao Senhor.

Encontros com a bíblia

A partir do dia 19 de Janeiro iniciaremos um novo ciclo de Encontros com a Bíblia. Estes Encontros Bíblicos são orientados pelo P. Vasco Nuno Costa, sacerdote carmelita da Comunidade do Menino Jesus de Praga.
Inicia às 21:00h, na Sala dos Terceiros.

Avisos - Semana 28 Dezembro a 3 Janeiro

01 JANEIRO QUINTA-FEIRA
>> Dia de Ano Novo.
>> Dia Mundial da Paz.
>> Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.
É dia de preceito. Não haverá a Missa das 08:00h. Mantêm-se as restantes: 10:00h; 11:30h; 18:00h.


02 SEXTA-FEIRA
>> Memória de São Basílio e São Gregório Nazianzeno.

03 SÁBADO
>> Memória do Bem-aventurado Círiaco Elias.
>> 16:00h Encontro com as pessoas interessadas em organizar a Adoração Eucarística na nossa Igreja.

04 DOMINGO
>> Solenidade da Epifania do Senhor.

05 SEGUNDA-FEIRA
21:00h I Encontro com a Bíblia.

Oração de fim de ano

Senhor Deus, magnânimo e santo,
senhor do tempo e da eternidade,
vosso é o hoje e o amanhã, o passado e o futuro.

Ao findar mais um ano quero dizer-Vos obrigado,
por tudo aquilo que recebi de Vós.
Obrigado pela vida, pela água, pela luz e pelo amor;
pelas flores, pelo fogo, pelo ar e pelo sol,
pela fé, pela Igreja, pela alegria e pela dor,
pelo que foi possível e pelo que não foi.

Ofereço-Vos tudo o que fiz neste ano:
o trabalho que pude realizar,
as coisas que passaram pelas minhas mãos
e o que com elas, pude construir.

Apresento-Vos todas as pessoas que amei e servi
ao longo deste ano.
As amizades novas e os amores antigos.
Apresento-Vos os que estão perto de mim
e os que pude ajudar.
Apresento-Vos as pessoas com quem partilhei
a dor, o trabalho, a vida, a fé e a alegria.

Ao findar o ano, Senhor,
também Vos quero pedir perdão.
Perdão pelo tempo perdido inutilmente,
pelo dinheiro mal gasto, pela palavra inútil,
pelos sonhos e pensamentos ocos.
Perdão pelas obras vazias
e pelo trabalho apressado e mal feito.
Perdão pelo meu viver frio e sem entusiasmo.
Perdão pela oração distraída,
pela que aos poucos fui adiando
e que agora venho humildemente apresentar-Vos.

Por todos meus esquecimentos, silêncios
e descuidos, novamente Vos peço perdão, Senhor.

Nos próximos dias começarei um Novo Ano,
com sonhos e anseios novos.
Páro por isso, a minha vida diante do calendário
que ainda não se iniciou e apresento-Vos um a um,
todos esses dias que somente a Vossa Sabedoria
sabe se chegarei a viver.

Hoje, quase ao terminar este ano de 2008,
eu Vos peço, ó Senhor do tempo e da eternidade,
para mim, para a minha família e amigos,
a paz e a alegria, a fortaleza e a prudência,
a lucidez, a serenidade e a sabedoria.

Senhor, Deus bom,
quero viver cada dia do novo ano
com optimismo e bondade,
levando a toda parte um coração leal,
compreensivo e cheio de paz.

Fechai os meus ouvidos a tudo o que é falso
e os meus lábios às palavras mentirosas,
egoístas ou que magoem.
Abri, Senhor, o meu ser a tudo o que é bom e santo.
Que o meu espírito seja cumulado de bênçãos
para que as derrame por onde passar.
Enchei, Senhor, os meus amigos de sabedoria e de paz,
e que nossa amizade dure para sempre em nossos corações.
Enchei-me de bondade e de alegria
para que todas as pessoas com quem me encontrar
possam descobrir em mim,
um pouco da Vossa beleza e bondade.
Concedei-nos um ano feliz
e ensinai-nos a repartir apaixonadamente
a alegria da fraternidade.
Amen!
(Chama do Carmo - ns11 - 28DEZ08)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Bendigamos a Deus pela família

Bendigamos a Deus
pela grande instituição que é a família,
que em criança,
nos envolveu de calor, amor e atenções.

Bendigamos a Deus
pela Igreja doméstica,
onde aprendemos os grandes valores da vida.

Bendigamos a Deus pela família,
comunidade de fé,
onde os nossos pais nos ensinaram
que o Céu é o lar definitivo;
que existe um Pai que nos ama loucamente;
um Filho que morreu para nos salvar;
e um Espírito que nos anima
e nos impulsiona a sermos bons cristãos.

Bendigamos a Deus,
porque a família apesar das tempestades
voltará a ser a alma, o futuro e a saúde
da nossa sociedade.
Porque da resistência activa
brota o triunfo da verdade sobre a mentira.

Bendigamos a Deus,
no dia da Sagrada Família de Nazaré,
porque em Belém descobrimos
que a família é o lugar do perdão e do amor,
da compreensão e do crescimento,
da gratidão e da vontade de ajudar.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Diálogo de S. Jerónimo com o Menino Jesus

Sempre que penso em Belém, o meu coração fala com o Menino Jesus. E digo:
— Senhor Jesus, que cama tão dura, e como tremes de frio! E tudo para salvação da minha alma! Como poderei pagar-te?
E o Menino Jesus responde: — Nada te peço, meu bom Jerónimo. Canta-me só a canção Glória a Deus nas Alturas. E não te importes: eu ainda hei-de sofrer mais no horto das oliveiras e na cruz.
E eu continuo: — Meu pequenino Jesus, mas eu tenho que te dar alguma coisa. Vou dar-te todo o meu ouro.
E o Menino Deus responde: — Eu não preciso do teu ouro. Dá-o aos pobres. Será como se mo tivesses dado a mim.
E eu continuo: — Assim farei. Mas eu morro de desgosto se não te der alguma coisa, meu querido menino.
E a criança responde: — Meu bom Jerónimo, já que tens um coração tão generoso, dá-me os teus pecados e a tua má consciência.
E eu torno: — Para que os queres?
— Quero carregar com eles, diz o Menino. Será a minha obra mais bela.
Então comecei a chorar amargamente e disse: — Meu querido Menino, parte-se-me o coração. Julguei que querias qualquer coisa de bom, e de mim só queres o que é mau. Ficarei assim limpo de pecados e digno da vida eterna.
Pobre como sou, que lhe posso dar? Se fosse pastor, dava-lhe uma ovelha. Se fosse inteligente, dava-lhe o meu saber. Assim, não tenho mais nada para lhe dar e dou-lhe o meu coração.

Santo Natal! Santas Festas! Um ano favorável segundo o coração do Menino Deus.

Pregão de Natal

No meio da noite
— escutando o gemer do mundo —,
saís ao nosso encontro, ó Deus!
Não vos fazeis anunciar nem trazeis cortejo,
para além do silêncio d anoite estrelada!


Nasceis para que nasça a nossa vida
e para que os nossos olhos, distraídos por tantas luzes,
se fixem no "Sol Divino" deitado num presépio!

Na escuridão desta noite, deixai-me, Senhor,
ser o anjo arauto do vosso mistério:
— Que duma vez para sempre,
o homem se aperceba que vindes para o divinizar!
E que vindes para lhe trazer calor contra o frio do mundo.


Deixai-me, Senhor,
ser fogueira à volta do vosso presépio,
para que também o mundo compreenda
Que quanto mais estamos longe de Vós,
mais riscos corre o coração humano
de ficar sem amor para sempre!

Deixai-me, Senhor, ser a estrela do vosso Nascimento,
e que os Reis e os plebeus, os ricos e os pobres,
possam escutar a notícia da novidade que aconteceu!

Deixai-me, Senhor,

ser mangedoira para o Vosso corpinho tão frágil,
e que eu saiba acolher e anunciar a mensagem de paz,
que o Vosso rosto tanto irradia!


Que eu possa levar paz até aos confins do mundo
e aos recantos mais escuros das vidas escuras!

Nasceis, Senhor, no meio da noite!
Nasceis silencioso, mas cheio de amor!
Nasceis humilde, mas envolto na grandeza de Deus!
Nasceis pequeno, mas inalcansável no Seu esplendor!
Nasceis, Senhor, no meio da noite!
Apareceis sem Vos impoerdes a ninguém!

Só o amor fala!
Só o amor aguarda!
Só o amor canta!
Só o amor nasce!
Só o amor....... de Deus em Belém!

Obrigado, Jesus!
Obrigado, Jesus!


Parabéns aos construtores dos presépios do Carmo


«Em muitas famílias, seguindo uma bela e consolidada tradição,
começa-se a preparar o presépio, quase como para reviver,
junto com Maria, esses dias de trepidação que precederam
o nascimento de Jesus.
Construir o presépio em casa pode revelar-se um modo simples,
mas eficaz, de apresentar a fé e transmiti-la aos próprios filhos.»
(Bento XVI)

Presépios do Carmo (IX)


Presépios das Zeladoras da Igreja, na Portaria.

Presépios do Carmo (VIII)


Presépio do grupo de Leitores, no átrio da Igreja.

Presépios do Carmo (VII)

Presépio do grupo missionário Kanimambo, no Espaço E.

Presépios do Carmo (VI)


Presépio do grupo Encanta, no Pátio dos Claustros.

Presépios do Carmo (V)


Presépio dos Seculares, Capela de S. Alberto.

Presépios do Carmo (IV)


Presépio do grupo GOT, na Capela da Transverberação.

Presépios do Carmo (III)


Presépio do Grupo de Acólitos, na Sacristia.

Presépios do Carmo (II)



Presépio do grupo Pavlvs, na Sacristia Velha.

Presépios do Carmo (I)

Presépio das Guias de Portugal, altar de São João da Cruz.

Novena de Natal (IX)

ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (IX)
Do Nascimento
Quando foi chegado o tempo
Em que de nascer havia,
Assim como o desposado,
Do seu tálamo saía
Abraçado a sua esposa,
Que em seus braços a trazia;
Ao qual a bendita Madre
Em um presépio poria
Entre pobres animais
Que então por ali havia.
Os homens davam cantares,
Os anjos a melodia,
Festejando o desposório
Que entre aqueles dois havia.
Deus, porém, em o presépio
Ali chorava e gemia;
Eram jóias que a esposa
Ao desposório trazia;
E a Madre se assombrava
Da troca que ali se via:
O pranto do homem em Deus,
E no homem a alegria;
Coisas que num e no outro
Tão diferentes ser soía.
Finis
(S. João da Cruz)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Novena de Natal (VIII)

ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (VIII)


Prossegue
Então chamou um arcanjo
Que São Gabriel se dizia,
Enviou-o a uma donzela
Que se chamava Maria,
De cujo consentimento
O mistério dependia;
Na qual a santa Trindade
De carne ao Verbo vestia;
E embora dos três a obra
Somente num se fazia;
Ficou o Verbo encarnado
Nas entranhas de Maria.
E o que então só tinha Padre
Já Madre também teria,
Embora não como outra
Que de varão concebia,
Porque das entranhas dela
Sua carne recebia;
Pelo qual Filho de Deus
E do Homem se dizia.
(S. João da Cruz)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Novena de Natal (VII)


ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (VII)


Prossegue a encarnação

Já que o tempo era chegado
Em que fazer-se devia
O resgate da esposa
Que em duro jugo servia,
Debaixo daquela lei
Que Moisés dado lhe havia,
O Padre com amor terno
Desta maneira dizia:
- Já vês, Filho, que tua esposa
à tua imagem feito havia,
e no que a ti se parece
contigo coincidia;
mas é diferente na carne,
que em teu simples ser não havia.
Pois nos amores perfeitos
Esta lei se requeria,
Que se torne semelhante
O amante a quem queria,
Porque a maior semelhança
Mais deleite caberia;
O qual, por certo, em tua esposa
Grandemente cresceria
Se te visse semelhante
Na carne que possuía.
- Minha vontade é a tua
- O Filho lhe respondia -
e a glória que eu tenho
é a tua vontade ser minha;
e a mim me agrada, Padre,
o que tua Alteza dizia,
porque por esta maneira
tua bondade se veria;
ver-se-á teu grande poder,
justiça e sabedoria;
irei a dizê-lo ao mundo
e notícia lhe daria
de tua beleza e doçura,
de tua soberania.
Irei buscar minha esposa
E sobre mim tomaria
Suas fadigas e dores
Em que tanto padecia;
E para que tenha vida,
Eu por ela morreria,
E tirando-a das profundas,
A ti a devolveria.

(S. João da Cruz)

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sim


Aproxima-se o que fomos preparando

Todo o caminho tem fim, toda a viagem tem a sua meta... O que fomos preparando durante o Advento aproxima-se. Está à porta Aquele que veio trazer a paz e a felicidade ao mundo.
E como sempre, Deus desconcerta-nos e muda os nossos projectos. Muda os nossos planos e oferece-nos como modelo aquelas pessoas que confiaram nEle e se deixaram guiar pela sua vontade: Isaías, João Baptista, a Virgem Maria.
1. A Virgem é para nós modelo de fé e ensina--nos que só desde a fé se pode aceitar o grande mistério da vontade de Deus; porque a fé é dar um sim generoso aquilo que não vemos, fiados daquilo que Deus nos diz.
2. A Virgem que soube esperar sem desesperar é para nós modelo de esperança, porque converteu o seu tempo de espera num tempo de esperança para a Humanidade.
3. A Virgem é para nós modelo de caridade, porque nos soube oferecer o que tinha de mais valioso: o seu filho, Jesus.
Nas vésperas do Natal agarramo-nos a Maria que nos ensina a viver a entrega livre e o serviço generoso a Deus e aos outros. (Na verdade, quem não vive para servir não serve para viver!). (Precisamos de nos agarrar, porque vacilamos com muita facilidade...).
Na Virgem Maria temos o segredo para viver feliz e gosozamente o Natal: o seu Sim. Aquele primeiro Sim provocou o nascimento de Jesus!
O nosso sim a Deus provocará o nascimento de Jesus no nosso coração e na nossa vida.
Digamos sim a Deus, sim ao que Ele quiser.
Feliz Domingo de Advento
.

Inscrições no Sino de São Paulo

(Toque em Fá)
— Imagem do Apóstolo São Paulo.
— Escudo da Ordem do Carmo.
— Celebração dos 390 anos da fundação do Carmo.
— Não abandoneis a Igreja (Heb 10:25).
— Logo C & L Jerónimo Lda.

Inscrições no Sino de São João da Cruz

(Toque em Ré)
— Imagem de São João da Cruz.
— Escudo da Ordem do Carmo.
— Celebração dos 390 anos da fundação do Carmo.
— Ó toque delicado, Verbo Filho de Deus Pai! (Chama 2:17).
— Logo C & L Jerónimo Lda.

A voz dum sino

Louva o Deus verdadeiro,
chama o povo à oração,
convoca o clero,
chora os mortos,
afugenta as tempestades,
alegra as festividades!

Por que tocam os sinos (do Carmo)?

Pronto, já está. Depois de alguns percalços (assim a memória perdurará mais!) e de muita competência (para que a dureza da tarefa fosse melhor de levar) lá se ergueram os novos sinos da nossa Igreja do Carmo, que voaram para o respectivo lugar como voam os pássaros para o ninho. Um, o de São João da Cruz, ficou virado para Darque e há-de ali fazer-se ouvir rompendo a largueza do rio; o outro, virou-se para a Abelheira a recordar-lhe que a colmeia é aqui.
Os sinos são voz. (Hoje não tanto como antes!) Mas ainda voz.

Como patronos dos novos sinos elegeram-se São João da Cruz, Fundador da nossa Ordem, e São Paulo, por ser este o ano da celebração do bimilenário do seu nascimento. Das inscrições com que os assinalamos, destacamos duas: o Escudo da Ordem — logo dos 390 anos do Convento — um trabalho do designer Manuel Felgueiras, que replica a cruz que encima a torre sineira da nossa Igreja do Carmo; e a mensagem retirada dos ensinamentos de um e outro Patrono.

— «Ó toque delicado,Verbo Filho de Deus Pai!»
No sino de São João da Cruz inscrevemos esta frase retirada do seu livro Chama de Amor Viva, a sua obra mais elaborada teologicamente e fruto da sua maturidade espiritual. Ao comentar a segunda estrofe o Santo exalta a potência e a delicadeza do toque de Deus, que só com o seu olhar consegue fazer tremer a Terra, mas que contudo, tem, para nós, um toque de suave delicadeza que engrandece e enobrece quem assim é tocado, até à sublime união que não consegue dizer-se nem dizer-se deve.
O toque do sino de São João da Cruz há-de, pois, recordar-nos que para todos Deus tem um toque que nem todos, lamentavelmente, sabem, saboreiam ou querem.

— «Não abandoneis a Igreja»
No sino de São Paulo inscrevemos esta frase retirada da Carta aos Hebreus. Este sino erguerá a sua voz neste tempo de deslace mais profundo, de anemia de compromisso, em que muitos se deixam escorrer, desanimados, pelo aconchego da corrente do desinteresse, ledamente enganados e embalados pelo convite a ir-se sem mais. Não abandonar a Igreja é não abandonar o rebanho de Cristo; é, ao contrário, entrar mais e mais, a fim de empreendermos a demanda do anúncio de termos um Pastor, pelo qual nada nos falta.
O som do nosso sino chama-nos à canseira da sementeira, ao empenho na casa da Igreja. Aqui há um coração comum, uma corresponsabilidade que nos anima a caminhar o mesmo caminho e com o mesmo ardor.
Os sinos convocam para reunir o Povo de Deus, as pedras vivas do seu templo do Senhor. Se as pedras não se dispõem como devem, não formam o que devem e logo a Igreja não acolhe, nem guia nem aconchega tão bem.

Soem, pois, os nossos sinos e chamem-nos, porque nós iremos.

(Chama do Carmo ns10 21 DEZ '08)

Sobrinhos Melo



Que o Natal aproxima as famílias, isso já se sabe. Foi assim que hoje vieram visitar o Frei Domingos Melo um punhado de sobrinhos e sobrinhos-netos. Participaram na Missa das Dez (os mais pequeninos dos pequeninos adormeceram, mas não vem daí mal algum ao mundo!) e no fim saudaram-se na Sacristia onde o Tio-avô presenteou os pequeninos com os presentes que eles mais desejam. Houve depois visita aos vários presépios que já estão espalhados pela Casa (mas sem o menino nascer em qualquer deles!), após o que nasceu a promessa: Para o ano os sobrinhos Melo vão fazer um lindo presépio, aqui no nosso Convento. Isso é que vai ser! (E seria muito lindo, porque há muitos anos que cabe ao Frei Domingos construir o presépio da nossa Igreja! Será uma espécie de continuidade e de herança!) Depois, a terminar, houve tempo ainda para uma foto de família, que mais tarde ajudará a reconhecer quem prometeu imitar o tio e erguer um novo presépio.
Então, até ao ano! Visitem o tio em Julho, pode ser que se vos peguem mais promessas!

Visita do Frei Daniel Jorge

As saudades ficam e aumentam. Que o diga o jovem Frei Daniel Jorge Sachipangue de S. José, que foi noviço deste Convento. Por isso é com mútua alegria que aqui regressa e aqui é recebido. Foi o caso da passada Quarta-feira. Deu para matar saudades, mas não todas como convém.

Novena de Natal (VI)


ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (VI)
Prossegue
Em estes e outros rogos
Muito tempo passaria;
Porém nos últimos anos
O fervor muito crescia,
Quando o velho Simeão
Em desejos se acendia,
Rogando a Deus que quisesse
Deixá-lo ver esse dia.
E assim o Espírito Santo
Ao bom velho respondia
Dando-lhe sua palavra
De que a morte não veria
Até que chegasse a vida
Que do alto desceria,
E que ele em suas mãos
Ao mesmo Deus tomaria,
E o teria nos seus braços
E consigo o abraçaria.
(São João da Cruz)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Novena de Natal (V)

ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (V)
Prossegue
Com esta bendita esperança
Que de cima lhes viria,
O peso dos seus trabalhos
Mais leve se lhes fazia;
Mas a prolongada espera
E o desejo que cresciaD
e gozar-se com o Esposo
De contínuo os afligia.
Por isso com orações,
Com suspiros e agonia,
Com lágrimas e com gemidos
Lhe rogavam noite e dia
Que já se determinasse
A fazer-lhes companhia.
Uns diziam: Oh! Se fosse
No meu tempo essa alegria!;
Outros: Acaba, Senhor,
Ao que hás-de enviar, envia;
Outros: Oh! Se já rompesses
Esses céus, eu já veria
Com meus olhos que descesses,
E meu pranto cessaria!
Regai, ó nuvens do alto,
Porque a terra to pedia,
E abra-se já a terra
Que espinhos nos produzia,
E produz aquela flor
Com que ele floresceria.
Outros diziam: Oh! Ditoso
Quem em tal tempo vivia,
Que mereça ver a Deus
Com os olhos que possuía,
Tratá-lo com suas mãos,
Estar em sua companhia,
E disfrutar os mistérios
Que ele então ordenaria!
(São João da Cruz)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Novena de Natal (IV)

ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM», ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (IV)
Prossegue
- Faça-se, pois – disse o Padre -
que o teu amor o merecia.
E neste dito que disse,
O mundo criado havia;
Um palácio para a esposa,
Feito em grande sabedoria;
O qual em dois aposentos,
Alto e baixo dividia.
O baixo que diferenças
Infinitas possuía;
Mas o alto requintava
De admirável pedraria,
Para que conheça a esposa
O Esposo que possuía.
No mais alto colocava
A angélica hierarquia;
Mas a natureza humana
No inferior a poria,P
or ser sua compleição
Algo de menor valia.
E embora o ser e os lugares
Desta sorte os repartia;
Eram todos um só corpo
Da esposa que dizia,
Que o amor dum mesmo Esposo
Uma esposa os fazia.
Os de cima possuíam
O Esposo na alegria,
Os de baixo em esperança
Da fé que lhes infundia,
Dizendo-lhes que a seu tempo
Ele os engrandeceria,
E aquela sua baixeza
Ele lha levantaria,
De maneira que ninguém
Jamais a insultaria;
Porque em tudo semelhante
Ele a eles se faria
E viria ter com eles,
E com eles moraria;
E que Deus seria homem,
E que o homem Deus seria,
E trataria com eles,
Comeria e beberia;
E para sempre com eles
O mesmo se ficaria
Até que se consumasse
Este tempo que corria,
E que juntos se gozassem
Em eterna melodia;
Porque ele era a cabeça
Da esposa que possuía,
À qual todos os membros
Dos justos ajuntaria,
Porque são corpo da esposa,
A quem ele tomaria
Em seus braços ternamente,
E ali seu amor lhe daria;
E que assim juntos num só
Ao Padre a levaria,
Donde do mesmo deleite
Que Deus goza, gozaria;
Que, como o Padre e o Filho
E o que deles procedia
Como um vive no outro,
Assim a esposa seria,
Que dentro de Deus absorta,
Vida de Deus viveria.
(São João da Cruz)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A Imprensa que (nos) lê o GAF


Novena de Natal (III)


ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (III)
Da Criação
Uma esposa que te ame,
Meu Filho, dar-te queria,
Que por teu valor mereça
Estar em nossa companhia,
E comer pão numa mesa
Do mesmo que eu comia,
Para que conheça os bens
Que em tal Filho eu possuía.
E se congrace comigo
Por tua graça e louçania.
- Muito te agradeço, Padre,
- O Filho lhe respondia -.
À esposa que me deres,
Minha claridade eu daria,
Para que por ela veja
Quanto meu Padre valia,
E como o ser que possuo
Do seu ser o recebia.
A encostarei ao meu braço,
E em teu amor se abrasaria,
E com eterno deleite
Tua bondade exaltaria.
(São João da Cruz)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Novena de Natal (II)

ROMANCE SOBRE O EVANGELHO «IN PRINCIPIO ERAT VERBUM»,
ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (II)

Da comunicação das Três Pessoas

E naquele amor imenso
Que de ambos procedia,
Palavras de grande gozo
O Padre ao Filho dizia,
De tão profundo deleite,
Que ninguém as entendia;
Somente o Filho as gozava,
Pois a ele pertencia.
Mas naquilo que se entende
Desta maneira dizia:
- Nada me contenta,
Filho, fora da tua companhia.
E se algo me contenta,
Em ti mesmo o quereria.
O que a ti mais se parece,
A mim mais satisfazia;
E o que em nada te assemelha,
Em mim nada encontraria.
Só de ti eu me agradei
Ó vida da vida minha!
És a luz da minha luz.
És minha sabedoria;
Figura da minha substância,
Em quem bem me comprazia.
Ao que a ti te amar, meu Filho,
A mim mesmo me daria,
E o amor que eu em ti tenho,
Nele mesmo eu o poria,
Por razão de ter amado
Aquele a quem tanto queria.
(São João da Cruz)