segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor

(Frei Daniel Jorge Sachipangue)

O site Carmelitas.pt propôs aos novos sacerdotes carmelitas um inquérito. Eis as respostas do Frei Daniel Jorge Sachipangue:

1. Que sentimentos experimentas ao aproximar-se o dia da tua ordenação presbiteral?  Ao aproximar-se o dia da minha ordenação presbiteral, quero convosco dar graças a Deus, pelo ministério que me será confiado; por me ter escolhido no número dos seus ministros. De igual modo sinto uma profunda gratidão aos meus pais e padrinhos por me terem ajudado a crescer na fé e doação generosa de mim mesmo por amor a Deus.

2. A quem gostarias mais de agradecer o percurso feito até este momento? Ao longo deste percurso, contei sempre com a ajuda dos colegas, familiares, formadores, benfeitores, amigos e muitas outras pessoas que não conheço. O meu muito obrigado. Continuai a rezar comigo a Deus para que complete a obra que em mim começou, não só a mim, mas também aos quatro meus irmãos para benefício da Sua Igreja, e nos ajude com a graça da perseverança a oferecermos este dom.

3. Que tens recebido da Ordem dos Carmelitas e da Igreja e esperas continuar a receber? Tenho recebido e espero continuar a receber um sentimento interior de satisfação e alegria, um sentido profundo de celebração que não se confunde com euforia. Tenho recebido o estilo de vida fundado por Santa Teresa com o seu sentido de fraternidade, de humanismo e cultivo das virtudes humanas.

4. Que tens dado e estás disposto a dar? Parece-me que a missão da Igreja e dos sacerdotes é muito mais do que humanizar a sociedade, vai além disso, pede-nos que partamos ao encontro das necessidades e angústias espirituais dos homens deste tempo e deste contexto cultural. Para isso preciso de me inculturar, de me adaptar-me, de tomar consciência da relatividade e da transitoriedade de certas formas de ser e de estar e fixar-me no essencial que é Cristo.

5. Que santo ou faceta da vida e espiritualidade da Ordem Carmelita mais valorizas e porquê? Todos os santos do Carmelo nos dão uma força impulsionadora para podermos chegar mais facilmente à oração e contemplação. De todos eles tenho uma maior predilecção por S. João da Cruz por ser, talvez o que mais me questiona e desafia, até pela dificuldade em o entender.

6. Que lema gostarias de adoptar para o teu ministério sacerdotal? Recordo-me muitas vezes deste versículo do Salmo 116, 14: «Cumprirei as minas promessas ao Senhor na presença de todo o povo». Eu também gostaria de dizer: O que prometo diante de vós, diante de Vós o quero cumprir.

7. Quais os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje? Os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje são o de se dedicar incondicionalmente ao povo de Deus, tetemunhando o Deus vivo e sendo um verdadeiro ministro de Deus.

8. O que é que te dá medo? Um dos meus orientadores espirituais, em Angola, dizia-me que as crises no ministério sacerdotal aparecem e são de diferentes naturezas consoante as idades. Normalmente relacionam com os conselhos evangélicos, mas confio na graça de Deus que estará sempre comigo para ser fiel ao Senhor, mas não deixo de sentir medos.

9. O que é que te dá segurança e esperança para ires em frente com passo firme e determinado? Cristo foi sempre o meu caminho, o lugar seguro onde sempre encontrei repouso e por isso estou certo que assim como Ele nunca faltou, também não me faltará. Conheço as minhas fragilidades e por isso conto com os braços da Virgem do Carmo e com a ajuda do glorioso S. José para que assim como protegeram o Menino Jesus em seu braços, me protejam a mim também.

10. Que mensagem queres deixar aos jovens da tua geração? Um dos sinais vocacionais verifica-se no desejo ardente de servir, de forma generosa e desinteressada. Num mundo materialista e interesseiro, verificar que há alguém que serve de forma generosa e gratuita, ou seja, ao jeito de Jesus, é sinal de chamamento e interpelação.
Na verdade, aos adolescentes e jovens chamados para seguir o Senhor Jesus no ministério ordenado ou na vida religiosa é necessário disponibilidade de serviço, grandeza de alma para abraçar os ideais do Evangelho e responder às necessidades de cada tempo. Os chamados vão clarificando e consolidando a sua vocação mediante a oração, o acompanhamento espiritual, o estudo e a docilidade ao Espírito.
Se um(a) jovem evidencia este desejo ardente de servir, de se dar e disponibilizar para as necessidades da Igreja, merece ser apoiado pela família e demais cristãos sensíveis à voz do Senhor que continua a chamar. Sede corajosos se Ele vos bater à porta.
fr. Daniel Jorge

Sem comentários: