segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Encontro mensal da Província

 
 
 
 
 
Decorreu hoje na nossa Comunidade mais um encontro mensal da Província. Só faltou mesmo quem não pôde vir. Depois do almoço a tarde decorreu com reuniões várias. A manhã serviu para aproximar os Irmãos de Viana do Castelo. Sim, neste dia os caminhos levavam mesmo para Viana.
Depois do acolhimneto, da visita ao Albergue São João da Cruz dos Caminhos e da Hora de Tércia, a reflexão esteve a cargo do Frei Jeremias Vechina que dissertou sobre o livro das Fundações. Os conteúdos, a sua história, edição e génese couberam numa curta hora de prelecção. Em breves pinceladas percorremos esta página da história da Igreja que ninguém poderá esquecer.
A Biblioteca Nacional guarda uma cópia das Fundações, na Secção dos Reservados, com o número 7533. A cópia está incompleta e foi transcrita por duas ou três mãos, mas sobretudo pelo Padre Jerónimo Gracian, a quem é atribuída a autoria do Livro das Fundações que «trata das fundações de conventos de Espanha». É certo que das mãos de Frei Jeronimo Gracian de la Madre de Dios a obra passou para as Madres Carmelitas do Carmelo de S. Alberto, e daqui para a Biblioteca Nacional em Lisboa.

443º Aniversário da fundação dos Carmelitas Descalços

(By Tiago Gonçalves)

* No Verão de 1567, Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz encontram-se pela primeira vez, no locutório do recém fundado convento das Carmelitas, da cidade de Medina del Campo.

* Em Julho de 1568, no mesmo sítio, S. João da Cruz vestiu o primeiro hábito de Carmelita Descalço, feito pela Santa Madre Teresa de Jesus.

* Em Agosto desse mesmo ano, S. João da Cruz acompanha Santa Teresa à fundação de Valladolid e durante alguns dias conhece a vida que levam a Madre Teresa e as suas freiras.

* Em Setembro, Frei João vai para Duruelo, uma desconhecidíssima e paupérrima aldeia de 20 casas. Aí, durante alguns meses, transforma uma casa em ruínas no primeiro convento da Ordem dos Carmelitas Descalços.

* No dia 27 de Novembro chegam ao convento Frei António de Herédia, um diácono chamado Frei José, o Provincial e mais três carmelitas. Aí se encontra Frei João da Cruz acompanhado por um operário e por seu irmão Francisco de Yepes que o ajudou nas obras e acompanhava o Santo no apostolado.

* No dia 28 de Novembro de 1568, primeiro domingo do Advento, na celebração da Eucaristia, presidida pelo Provincial, fez-se a inauguração oficial do primeiro convento de Carmelitas Descalços.

* No livro de profissões encontra-se em primeiro lugar a de nosso pai S. João da Cruz, que diz: «Eu, Frei João da Cruz faço profissão e prometo obediência, castidade e pobreza a Deus Nosso Senhor e à Virgem Maria, Nossa Senhora, e ao reverendo padre frei João Baptista, geral da Ordem, segundo a Regra primitiva, isto é, sem mitigação, até à morte».

* Aquela semente pequenina que S. João da Cruz semeou em Duruelo, cresceu e desenvolveu-se. Hoje é uma grande família estendida pelo mundo inteiro, à qual pertencemos também. Peçamos ao Senhor a graça de servir sempre o reino de Deus tal como nos ensinou nosso pai S. João da Cruz e como ele, seremos no mundo, nós também, sinais vivos de Deus.

domingo, 27 de novembro de 2011

Vigiai

(By Tiago Gonçalves)

«O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!»
(Marcos 13, 33-37)

sábado, 26 de novembro de 2011

O que fazer com o Advento?

A palavra “Advento” significava em tempos imemoriais a visita de um rei a uma cidade. Também indicava o dia da coroação do soberano. Os cristãos aplicaram à palavra Advento o significado da vinda ao mundo do próprio Deus, que se manifestou em Jesus; mas reservaram o termo “Advento” para o tempo de preparação desta visita. E nós, o que devemos fazer com o Advento? – Preparar a vinda de Jesus!
Poder-se-á perguntar com razão: mas Jesus não veio já? Por que motivo, então, nos devemos preparar como se Ele tivesse de vir outra vez? A pergunta é bem feita, a resposta não é de todo simples. Mas vamos tentar. De facto, o Natal é memória e celebração do nascimento histórico do Filho de Deus. Jesus nasceu, o Prometido nasceu. Nasceu, cresceu, caminhou oculto entre nós, pregou o Evangelho durante três anos, sofreu a Paixão, foi assassinado e o amor do Pai devolveu-O três dias depois à vida.

Porém deve dizer-se que o Natal não é somente uma festa de aniversário. Mas por que é um aniversário devemos ocupar-nos, dentro dos nossos limites, em preparar a festa comprando alimentos, bebidas, convidando amigos para cantar e organizar danças.
A festa exige preparação. E a preparação do Natal chama-se Advento. Porém, a preparação do Advento não é só isso, não é só preparar a mesa da ceia da festa – a Consoada, porque o Natal não é só aniversário do nascimento de Jesus. Os pagãos é que se preparam unicamente dessa maneira. Nós, cristãos, festejamos, alegramo-nos e dançamos no dia de Natal, mas não é este o aspecto principal da nossa celebração. Nós também nos preparamos espiritualmente, deixamos que a luz entre na caverna da nossa vida para que vendo nós a desarrumação procuremos acomodar o lugar que é de Jesus e para o qual Ele vem. A vida dos cristãos é para o mais belo dos filhos dos homens – Jesus!, e o mais belo para o mais belo. Para o mais belo nada menos que o melhor: os melhores sentimentos e o melhor coração, as melhores obras e os melhores pensamentos, os melhores sorrisos e os melhores beijos. Sim, como não ver que havemos de preparar-nos espiritualmente bem para bem celebrarmos a sua vinda?
É certo que Jesus já veio, pois Ele nasceu na história. E há-de vir de novo no fim dos tempos para reconciliar tudo conSigo.
Entrementes, Jesus vem e continua a vir.
A palavra de Deus que nos acompanhará nos próximos domingos ensina-nos que Jesus não veio somente uma vez. Ele continua a vir. Vem e está presente nos acontecimentos alegres e tristes das nossas vidas; vem e está presente em tudo o que acontece no mundo e na Igreja; vem e está presente naqueles que difundem ideias novas, que anunciam palavras de amor, de paz, de reconciliação, naqueles que se esforçam para construir um mundo novo.
Jesus vem e continua a vir nos sacramentos e na assembleia que se reúne no seu amor.
Jesus vem e continua a vir; mas estamos nós prontos para reconhecê-Lo? Sabemos descobrir a Sua presença em qualquer acontecimento da vida? Não sentimos frequentemente medo que a sua mensagem nos perturbe, que exija uma transformação demasiadamente radical dos nossos hábitos? Não preferimos muitas vezes fechar os olhos e os ouvidos?
Há tanta necessidade de que Jesus venha!
Aonde?
Eis alguns exemplos:
Alguém que se deixa dominar pela bebida e começa a dizer loucuras, ofende, torna-se violento com os amigos; volta em seguida para casa, dá mau viver a uns e a outros... Pois bem, poderá alguém dizer que Jesus já chegou ao coração dessa pessoa? Ou então, tome-se o caso de um jovem que não estuda, que repete dois ou três anos seguidos, que não trabalha, não edifica nem se prepara para o futuro... Neste jovem está presente Jesus ou é preciso fazer alguma coisa para preparar a Sua vinda? E numa comunidade cristã cujos membros são invejosos e estão desunidos, falam mal uns dos outros, não se ajudam reciprocamente... Já chegou aí Jesus? E a uma nação onde os cidadãos se matam, onde morreu a alegria da solidariedade, onde não rumo mas ódios, indiferenças... Já chegou aí Jesus?
Não! Ainda não chegou e, enquanto não forem removidos os obstáculos que impedem a Sua chegada Ele não poderá vir. Sim, Ele nasceu e poder-se-ão celebrar muitas Missas. Mas devem ainda derrubar-se as barreiras e aterrar os vales que dividem os homens, porque tudo aquilo que separa os irmãos afasta de Cristo.
As leituras do Advento alertam-nos para a vigilância, para mantermos os nossos olhos bem abertos para podermos descobrir e preparar os caminhos que Jesus escolheu para nos libertar de todos os males nos quais buscamos a felicidade, mas que, em verdade, causam apenas muito sofrimento.
Vem, Senhor Jesus!
Chama do Carmo I NS 125 I Novembro 27 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fim da exposição sobre a Vida do Bem-aventurado Farancisco Palau

 
 

Foi com uma singela exposição biográfica que a nossa Comunidade assinalou os 200 anos do nascimento do nosso irmão carmelita B. Francisco Palau. Valeu a pena porque as grandes figuras da Igreja e da nossa família são lamparinas que não podemos acomodar debaixo do alqueire. Morreu no dia 30 de Março de 1872.
Segue um excerto do elogio fúnebre aparecido no jornmal El Ermitaño, por ele fundado:


«O P. Palau morreu. Qual foi a doença que o levou à sepultura? Sabido é que o seu espírito era torturado sem cessar pela duríssima pena que lhe causava a contemplação de tantos dos seus irmãos submersos na amarga aflição. Pela sua parte ele fazia tudo o que podia para os curar, ou, pelo menos, para os aliviar. Porém, os ais de mil vítimas – que de todo os ângulos da terra chegavam aos seus ouvidos implorando em vão um remédio e um consolo – eram outras tantas feridas que trespassavam o seu coração de dor. É ele ditoso uma e mil vezes, porque se isto assim é, só o é porque sacrificou a sua vida nas aras da caridade mais ardente, nas aras do mais cruel dos martírios.
O P. Palau morreu como morrem os católicos, como morrem os justos, como morrem os santos. Morreu como viveu. Podemos acreditar piadosamente que sua alma goza agora das delícias da glória.»
(Notícia da morte do P. Palau, aparecida no jornal El Ermitaño de 28 de Março de 1872, oito dias depois da sua morte.)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Enchentes!

Monjas Carmelitas tailandesas são retiradas do seu carmelo durante enchentes! Nos inícios de Novembro.

De regresso à Capital das Luzes

Os Carmelitas Descalços de França restabeleceram a sua presença no coração da capital francesa, depois de 400 anos da sua chegada. O regresso dos Carmelitas à Rue du Vaugirard, no mesmo lugar onde chegaram em 1611, foi vivido com intensidade pela Província Carmelitana de Paris, através de um ciclo de conferências no Instituto Católico de Paris, um concerto e uma solene celebração na festa de Santa Teresa de Jesus, na igreja de São José dos Carmelitas.
Durante o ciclo de conferências, um representativo grupo de historiadores, teólogos e filósofos analisaram a influência da chegada dos Carmelitas no contexto religioso e cultural do século XVII francês, a contribuição que deram à reforma católica, destacando também o lugar que ocupa o Carmo na cultura contemporânea, sobretudo acerca da relação pessoal com Deus.
A igreja de São José acolheu na tarde do dia 15 de outubro uma solene concelebração eucarística como conclusão de todos os actos previstos para esta reinauguração. A celebração foi presidida pelo Arcebispo de Paris, o Cardeal André Vingt-Trois e contou também com a presença do Padre Geral dos Carmelitas Descalços, Fr. Saverio Cannistrà.

sábado, 19 de novembro de 2011

Exame prático no dia de Cristo Rei

A Igreja celebra neste domingo a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Esta festa foi criada pelo Papa Pio XI em 1925; com ela encerra-se o ano cristão e no domingo seguinte, após a celebração desta festa e da sua semana, inicia-se o Advento e com ele novo ano.

No fim do ano cristão celebramos a realeza de Cristo, que é uma realeza surpreendente porque não é manifestação de poder mas de mansidão. Não é uma realeza de ordem do mando mas do servir. Não é de luxo e ostentação, mas de pobreza e humildade. Como haveremos de celebrar este domingo? De uma forma singular: oferecendo-nos a Deus através dos irmãos, na nossa fragilidade.
De certa forma na celebração deste domingo, o de Cristo Rei do Universo, se resume todo o ano cristão, tudo o que durante este tempo procurámos celebrar como crentes. Além da celebração seria óptimo também que pudéssemos reflectir um pouco sobre o lugar de Jesus nas nossas vidas, vidas que ele consagrou para Si e para o seu Reino.

E devemos recordar que Jesus dedicou a sua vida a proclamar que o Reino – o seu projecto de vida – já estava no mundo. E lembrar que numa das preces da oração que Ele nos ensinou, rezamos: Venha a nós o vosso Reino.
Que o Reino de Jesus venha para nós, é, pois, algo que aguardamos ardentemente. Porém, o Reino já foi inaugurado por Jesus durante o seu anúncio da Boa Nova – e de facto, Jesus não falou de outra coisa! –, e também já foi inaugurado em nossas vidas, tendo em vista que sempre que a vida de cada um de nós é de Deus aí reina Deus no seu Reino.
Nós, cada um de nós, as nossas famílias e comunidades cristãs, somos de Deus e para Deus. Quer isto dizer que Jesus Cristo reina em nós, em nossas vidas e corações, sempre que vivemos o seu estilo de vida.
É conveniente recordar que falar ou propor o Reino não é de todo a tarefa mais sossegada e pacífica. Se bem nos lembramos as palavras de Jesus sobre o Reino de Deus custaram-Lhe a vida! Porque não apenas falou, também viveu consequente com o que ensinou. Tal compromisso com os valores do Reino de Deus fez dele o primeiro mártir cristão!
De facto, não podemos não viver como cidadãos do Reino de Deus. Sim, antes de Jesus, já João Baptista clamou pela conversão do povo, porque estavam próximos «os dias do Reino»; e Jesus, por sua vez, repetiu a mesma advertência ao começar a pregar. E depois não se cansou de o dizer em parábolas.
A festa de hoje, a de Cristo Rei, revela-nos com clareza quem são os que herdaremos o Reino de Deus, e somos, em suma, todos os que ao longo da vida nos assemelhámos à misericórdia do Pai, imitando Jesus. Os que se assemelham ao Pai são os que com Ele se relacionam filialmente, orientando as suas vidas com critérios de fraternidade universal, de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz.
Porém, nós ainda não estamos ou ainda não actuamos plenamente de acordo com os critérios do Reino de Jesus, porque a nossa vida ainda não se identifica totalmente com a de Jesus. Por isso, o que hoje Ele continua a pedir-nos é que sigamos optando e decidindo a nossa vida por Ele. Quem faz como Jesus é feliz, quem segue pelo caminho do serviço e da entrega generosa, esse ou essa, realiza-se como pessoa feliz.
É certo que somos fracos e pecadores, mas a nossa fidelidade a Jesus ajuda a renovar o nosso compromisso com o seu Reino.
Entretanto, e por que é no real que vivemos, a crise continua, e por isso se impõe que como cristãos, outros cristos, imitadores de Cristo, continuemos a ser boa notícia para o mundo. A nós, Igreja de Jesus, exige-se que diante do mundo nos apresentemos com cara de Deus, isto é, envoltos em misericórdia e caridade. No quotidiano da vida podemos não poder fazer muito, mas podemos sempre apresentar uma cara de bondade e de amor.
Jesus anunciou que Deus faz justiça a quem o mundo a nega tratando de maneira injusta. Assim Jesus, assim nós.
O Reino de Deus anunciado por Ele é para os excluídos e injustiçados da sociedade. São eles – os famintos, os emigrantes, os despojados, os aprisionados – os primeiros destinatários do Reino, mas apenas porque são eles que conseguem descobrir Jesus como a solução por que anseiam.
«Na tarde da vida seremos examinados no amor», ensinou-nos S. João da Cruz. Será um exame prático e não teórico. Ninguém aprovará por exame escrito ou por coleccionar respostas na memória. O exame passa-se com exercícios práticos que houvermos realizado em vida. Assim será o dia em que daremos provas de que merecemos o Reino de Jesus.
Chama do Carmo I NS 124 I Novembro 20 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Faleceu a Madre Maria das Mercês

No dia 11, um dia antes de Sábado!, e antes da Festa de Todos os Santos Carmelitas, faleceu a Madre Maria das Mercês, no Carmelo da Santíssima Trindade, Guarda. Hoje, dia da Comemoração dos nossos fiéis defuntos, publicamos a sua nota biográfica que o Carmelo deu a conhecer. Oração pela sua alma, paz ao seu Carmelo e aos que ela tanto amou.
A Madre Maria das Mercês nasceu no Funchal – Ilha da Madeira, a 24 de Setembro de 1925.
Prioresa por vários anos, no Carmelo de Coimbra veio como Fundadora principal deste Carmelo da Santíssima Trindade, na Guarda, a 24 de Agosto de 1994.
Como era? Quem privou de perto pode julgar a grandeza da sua pessoa humilde. Ela que exerceu tantas vezes cargos de autoridade nas duas Comunidades a que pertenceu, mostrou sempre a sua humildade, doçura e união com Deus, que nos deixava tão edificadas.
Gostava de passar pela vida sem evidenciar-se, sem justificar-s, sem brilhar ou fazer-se valer.
Sendo Prioresa, o seu governo era manso, mas também firme. As suas palavras, para incitarem à obediência necessária, iam unidas a um tom de voz suave. Dizia quase sempre: «A Irmã não me podia fazer um favor, se não lhe custasse muito?», e logo nós nos abríamos a tudo quanto ela nos pedia. O que era admirável nela era o escondimento, a humildade da sua pessoa, a doçura e a paz profunda que emanava dela e muitas vezes a abstracção em Deus.
«Em que está a pensar, Nossa Madre? – perguntava lhe-muitas vezes uma das Irmãs – e ela com o seu doce sorriso, olhando a irmã nos olhos, dizia docemente: «– Em Jesus…!»
Parece-nos que não podemos nem sabemos viver sem ela, não ter aqui ao nosso lado a sua pessoa com a doçura do seu sorriso e do seu olhar, a mansidão dos seus gestos… sempre assim, até nas provações mais duras da perda das suas capacidades, e no seu martírio de noites escuras da alma. Acreditamos que ela faleceu em odor de santidade e não nos admiramos nada se ela começar já a conceder graças às pessoas, principalmente aos sacerdotes, sendo eles a menina dos seus olhos!
Eis aqui algumas palavras dos seus últimos meses de vida, tendo em conta que ela já tinha muita dificuldade em falar:

1. Março de 2011: «Minhas queridas tão lindas…vós sois os valores Jesus…», referindo-se a todas as irmãs.
2. Abril de 2011: «Jesus é que manda, só quero fazer a vontade d'Ele (…) é o que Ele quiser.».
3. Abril de 2011: «Minhas lindas, fazer tudo muito bem, como Jesus quer.».
4. Abril de 2011: «As Irmãs estejam com Jesus porque Ele é o Mestre… O Mestre!!!» (dizia «o Mestre» com uma acentuação especial).
5. Abril de 2011: «Gostava de amar mais Jesus e não sei…».
6. «Tenho saudades de Jesus!» (e chorava…).

Palavras saídas do seu martírio interior, já que ela ofereceu-se pelos sacerdotes:

1. Maio de 2011: Deu um profundo suspiro junto do sacrário e disse: «Não encontro em Jesus a força da salvação para me salvar…».
2. «Estou cheia de pecado… Oh meu Jesus, não deveis gostar de mim…».
3. Ó Mãezinha do Céu, ajudai-me... porque fico doida com tanto pecado (…) eu não sei confiar... Jesus... meu Jesus, eu quero confiar em Vós.».
4. Junho de 2011: «Quero fazer tudo, tudo por Jesus.».
5. «Não amo Jesus… por isso tenho guerra interior e exterior!» (Na verdade só víamos nela a mansidão….).
6. Dizia para a sua enfermeira: «Reze por mim…muito, muito…quero amar Jesus e não consigo…».
7. Gemia e dizia: «Estou condenada…tenho tanto medo…».
8. Depois de sair de uma Eucaristia disse: «Não sabia onde estava nem o que estava a fazer… mas logo depois de comungar, quanta luz e força senti no meu peito! (E cruzava as mãos sobre o peito e num tom inesquecível terminou a frase dizendo: «Era o meu Jesus!»).
9. «Não sei se estou morta ou se estou viva… não sirvo para nada... Jesus podia vir buscar-me.».
10. «Já não sei fazer nada, nem sequer rezar… fiquei tão limitada… Ó meu Jesus, tem piedade de mim!».
11. À noite, na cama prestes a adormecer: - Que está a fazer?, perguntou-lhe a enfermeira: - «Rezo, porque Jesus pode vir…»
 
Carmelo da Santíssima Trindade, Guarda

Comemoração dos Defuntos do Carmo

Hoje fazemos memória dos Defuntos do Carmo.
Nós, os peregrinos, elevamos o coração em oração comum para implorar ao Senhor a misericórdia para todos aqueles que nesta vida foram da nossa família do Carmo, religiosos, religiosas, leigos no mundo, e todos quantos estiveram ligados à Ordem por laços de vocação, de amizade, benfeitoria, ou unidos pelo Escapulário.

Rezamos para que por intercessão da Virgem Maria, a Senhora do Carmo, sinal de esperança certa e de consolação segura, se associem nos Céus, à grande família carmelitana dos santos e eleitos que já contempla Deus face a face.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

(Outros) Santos Carmelitas

Todos os Santos Carmelitas

By Tiago Gonçalves (Carmo Jovem)

Dia de todos os santos carmelitas


Celebramos hoje todos os santos camelitas. Recordamos hoje os nossos irmãos que ontem se dedicavam à oração assídua na terra e que hoje participam da liturgia do céu. Unimo-nos espiritualmente a eles na sua glória, enquanto peregrinamos pelos caminhos que eles, corajosos, percorreram antes de nos vivem em obséquio de Jesus Cristo e seguindo os passos de Nossa Senhora.

sábado, 12 de novembro de 2011

Por que precisamos de rezar pelos Seminários?

A semana finda foi a dos Seminários. Tem sete dias como as outras e uma característica especial: a de rezarmos pelos Seminários. Aqui é que a pancada bate não no cravo, porque os Seminários quase já não existem, os que existem não são visíveis, e o comum dos nossos cristãos jamais viu ou sentiu um. Quem sabe o que é um Seminário? Por que faz sentido ainda rezarmos pelos Seminários?
Os Seminários são instituições recentes. Nasceram com o Concílio de Trento (1545-1563). Porém, a sua configuração mais conhecida só foi alcançada no séc. XIX. Foram criados com o objectivo de formar os futuros sacerdotes ou pastores das comunidades cristãs. Antes desta configuração o clero diocesano não tinha formação sacerdotal e a sua ordenação estava vinculada a jogos e interesses só ao alcance das classes poderosas. As Ordens Religiosas por imposição das respectivas Regras obrigam desde sempre ao indispensável Noviciado e formação posterior.
As reflexões e decisões produzidas pelo Concílio de Trento foram no sentido de arrepanhar caminho visando formar o clero intelectualmente frágil, ignorante das Escrituras Sagradas e frequentemente indigente na moral. A este Concílio se deve a fixação da idade mínima para os jovens candidatos e a regulação do celibato como indispensável ao candidato ao sacerdócio.
Vendo bem os Seminários têm cento e cinquenta anos. (Até ao Vaticano II, 1962-1965.) E parece que o modelo se esgotou. Não por falta de mérito, porque é bem verdade que ali se aprende o indispensável latim, a interpretar as Escrituras, a administrar os Sacramentos, a aplicar o direito canónico, a executar o canto gregoriano e a sensibilidade pastoral.
Não, os Seminários não passaram de moda. Eles permanecem aí, quase fantasmáticos, nos horizontes de grandes cidades ou semeados em modestas aldeias. Sem se lhes esvaecer o mérito permanecem geralmente frios e vazios. Actualmente são mais causa de preocupações de gestão, que solução. São casarões que se ergueram para responder a quase extintas solicitações e urgências das igrejas diocesanas; hoje restam bem perto de nós, vazios como barcos sem rumo amarrados a um cais esquecido.
Eles são hoje um problema acrescido porque não há quem os queira frequentar para se formar em ordem ao sacerdócio, a fim de servir a Igreja de Jesus Cristo. E os que surgem cabem numa casucha (que ao cair no dia do Juízo Final não será de fazer grande ruído; a expressão é da Santa Teresa de Jesus!)
Os Seminários-edifício são um problema; os Seminários-lugar de formação continuam a ser a urgência e o coração das dioceses. É por que eles são o coração que tanto por eles se reza durante uma semana, porque se o coração morre morre também o corpo para onde bombeiam tanta vida e ardor.
Termina hoje a Semana de Oração pelos Seminários.
Que rezámos pelo coração da Igreja? Como o cuidámos? É ele o lugar privilegiado dos nossos afectos e dos nossos cuidados? Sentimos sentida necessidade dele e dos frutos que dele brotam?
Parece que não.
Parece que não, porque rezar pelos Seminários significa antes de tudo rezar para que rebrotem vocações que anseiem frequentá-los e justificá-los. Se uma família, uma catequese, um movimento laical ou uma comunidade cristã rezar pelos Seminários não pode senão rezar para que as vocações brotem ali no terreiro que lhes é próprio. Sim, devemos rezar pelos Seminários para que de nós brotem vocações que formando-se venham depois a servir a Igreja. E estamos dispostos a isso? Quantos pais estão disponíves para que das suas famílias nasçam vocações sacerdotais? E a oferecê-las a Deus? Não muitos é certo. Eis a rezão porque, creio, não rezamos assim tanto pelos Seminários.
Custar-nos-ia muito que, pela força da nossa prece e oração os nossos fossem lá parar!
Mas rezamos ainda para que as vocações nasçam na Igreja em geral  e não apenas perto de nós –, a fim de que jamais em lugar algum falhem à Igreja o calor da Palavra e o frescor do Pão fresco. Sim, muito precisamos de rezar pelos Seminários. Ainda dependemos deles para o alimento sustentado do Povo de Deus.


Senhor, ao rezarmos pelos Seminários nós Vos pedimos:
concedei-nos sacerdotes que sejam pastores
cujo assobio ouvido por Vós
seja reconhecido pelo vosso rebanho.
Sim, o rebanho e os pastores são vossos!
Como pode o vosso coração não sofrer
com o cansaço das ovelhas sem pastor?
Como podereis não suscitar pastores
que as levem aos prados verdejantes?
Fazei, Senhor, que os Seminários
sejam lugares onde se aprenda a esperança.
Amen.
Chama do Carmo I NS 123 I Novembro 13 2011

Oração pelos Seminaristas

Senhor Jesus, Bom Pastor,
que em obediência ao Pai
dais a vida pelas ovelhas,
concedei-nos as vocações sacerdotais
de que a Igreja e o mundo tanto necessitam.

Fazei que as nossas famílias e comunidades
sejam campo fértil, onde possam germinar.

Abençoai o trabalho apostólico
dos sacerdotes, catequistas e educadores
para que acompanhem a vocação sacerdotal
daqueles que escolheis.

Dai aos jovens seminaristas
a coragem de Vos seguir
e o dom de configurarem
o seu coração com o Vosso.

E que Santa Maria, Vossa Mãe,
Rainha dos Apóstolos,
os guie e proteja, até chegarem a ser
pastores consagrados a Deus e ao seu Povo.
Amen.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Encontro com a Bíblia à noite!

 
 
Recomeçaram  ontem - primeira segunda-feira do mês -  os Encontros com a Bíblia. É assunto que nunca se esgota. Neste triénio muitos virão encontrar-se aqui com a Bíblia, que é o mesmo com Deus. O Frei Silvino Teixeira fará a mediação dos que buscam, dos que lêem e a fonte da revelação, essa maravilhosa carta divia que é a Bíblia.
O dia fora frio, a noite assim assim. Mas era noite mesmo e a sala quase se encheu. Maravilha! A continuar numa noite mais além.

domingo, 6 de novembro de 2011

1811 - 2011: bicentenário do nascimento do Bem-aventurado francisco palau de Jesus Maria e José, carmelita descalço


Cumpre-se no próximo dia 29 de Dezembro o bi-centenário do Nascimento do nosso irmão Carmelita, o Bem-aventurado Francisco. Viveu Carmelita num tempo atribulado que não lhe facilitou a vida e lhe fortaleceu a fé. A sua memória litúrgica celebra-se esta semana, Segunda-feira, dia 7. A sua vida é um belo testemunho de fidelidade a Jesus. Fomos buscá-la ao livro Música Calada. Vale a pena ler.
Francisco nasceu a 29 de Dezembro de 1811, em Aytona, província de Lérida, Espanha. No dia em que nasceu o baptizaram. Aprendeu desde pequeno, com seus pais, a rezar em casa e a dirigir-se à igreja para a oração comunitária. Muito cedo mostrou a sua inteligência, o que levou os seus pais a decidirem possibilitar-lhe os estudos. A sua adolescência e juventude decorreu em plena guerra.

A seu pedido entrou no Seminário diocesano de Lérida, aos 14 anos. Durante sete anos permaneceu aí com excelentes resultados. Aos 21 anos decidiu fazer-se Carmelita, ao que seus pais se opuseram. Depois de muita oração, e vencidas as dificuldades, o jovem pôde entrar no Carmo de Lérida, passando depois para o noviciado de Barcelona. Aí recebeu o nome de Frei Francisco de Jesus Maria e José. Em 1833 fez a sua profissão religiosa, apesar de arder já a fúria que incendiará conventos e martirizará religiosos.
Em 1835 consumou-se a Revolução. Frei Francisco que se encontrava no Carmo de Barcelona fugiu saltando por uma janela, vindo a ser recolhido e escondido. Indo-lhe no encalço descobriram-lhe o rasto que conduzia ao seu refúgio. Depois de o terem procurado por toda a casa, e não o tendo encontrado, obrigaram a senhora que o havia recolhido a abrir um armário que estava fechado à chave. Não o conseguiram abrir. E quando o tentaram com a chave, esta partiu-se. Mais tarde, Frei Francisco comentou o caso dizendo que nesse instante fizera o sinal da cruz sobre a fechadura pedindo a Deus, com toda a fé, que o protegesse. Ao fim de dois dias conseguiram prendê-lo. Mas foi posto em liberdade após ter sido vexado e torturado. Foi, então, viver para casa de seus pais, permanecendo unido à Ordem. Foi ordenado em Barbasto, após o que ficou como pároco da sua terra natal. Tomou como residência uma gruta existente numa quinta de seus pais. Apesar de ser perigosíssimo mostrar que era frade jamais tirou o hábito castanho e a capa branca dos Carmelitas.
Um dia, quatro revolucionários, vendo-o vestido com o hábito Carmelita comentaram: — «Mas não disseram que tinham morto todos os frades? Então escapou este? Vamos torcer-lhe o pescoço como a um frango e não cantará mais». Uma noite resolveram atacá-lo na gruta e matá-lo. Um deles desistiu antes de começar. Dois deles a meio do caminho. O último decidiu-se a matá-lo sozinho. Quando Frei Francisco viu o seu assassino, perguntou-lhe o que desejava àquela hora tão tardia, levando como resposta que vinha para o matar. Sem perder a paz respondeu-lhe: — «Melhor seria que viesses para te confessar e pedir perdão dos teus pecados, que há mais de vinte anos andas longe dos caminhos de Deus. Já é hora que te arrependas, porque não sabes quando Deus te chamará a contas».
Iniciou a confissão e o assassino caiu de joelhos aos pés daquele a quem viera matar. Quando o homem regressou, comentou aos companheiros:  — «Eu ia para o matar; e ele é que me matou a mim. Deve ser um santo. E disse-me para vos dizer que também vós deveis ir confessar-vos a ele. Tem um coração de oiro».
Foi um grande apóstolo de Deus. Aconselhava a todos receberem o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Certo dia anunciou ao Chefe dos exércitos espanhóis, que apesar de defenderem a Igreja contra os revolucionários, perderiam a guerra, pois, apesar de dizerem defender Deus e a Igreja, viviam como grandes pecadores. O seu recado ao Conde de Espanha foi profético: — «Venho do céu e a minha missão é notificar-te que a causa de D. Carlos está perdida. Dobra a bandeira, embainha a espada e retira-te com o teu exército para França. E não me chames traidor, pois sou ministro da paz e é o céu que me envia a ti; Deus vos rejeita, pois vós invocais a Deus e blasfemais o seu nome. Sois um exército corrompido e não tendes a Deus por vós, porque sois maus cristãos».
Terminada a guerra passou também ele para França, continuando a sua vida santa. Ali começou a escrever e publicar ópusculos e livros. Em 1851 deixou a França. Uma vez em Barcelona fundou a célebre Escola da Virtude, onde catequizou imenso. O Governo lançou contra ele uma caluniosa campanha, suprimindo a Escola e desterrando-o para as Ilhas Baleares. Aí continuou a sua vida de santo e de apóstolo.
Para onde se deslocava, sempre levava consigo uma imagem de Nossa Senhora do Carmo, que mostrava quando pregava ou quando confessava, dizendo às pessoas que deviam ser muito amigas e devotas de Nossa Senhora do Carmo. Para a gruta de El Vedrá se retirava frequentemente, durante doze anos seguidos. Acerca de El Vedrá escreveu: «Atravessei uma montanha, onde, de noite, sem caminho, entre tempestades, tive de sofrer ataques de todas as partes. Agora, aqui, que feliz que eu sou! Que bom seria não ter de sair daqui! Os anjos não saem do céu para a terra senão forem enviados por Deus. Para mim esta solidão é o céu».
Em 1860 levantaram-lhe a pena de desterro. Frei Francisco, que iniciara a Fundação dos Irmãos e das Irmãs Carmelitas Missionárias, regressa, agora, para essa comunidade. As Irmãs são hoje duas grandes famílias: as Carmelitas Missionárias e as Carmelitas Missionárias Teresianas.
Não tardou muito a ser preso. Uma vez julgado, foi absolvido. De seguida dirigiu-se a Roma para expôr os seus pontos de vista ao Concilio Vaticano I. Quis encontrar-se com o Papa, mas foi impedido por o hábito que usava ser muito pobre. Escreveu, então, ao Papa uma carta: «Que fizeram da casa de Pedro? Vem um filho de terras longínquas para visitar o seu Pai e não o deixam vê-–lo?», perguntou. Quando o Papa a leu ordenou que lhe fosse permitido entrar no palácio. Pio IX quis comer, nesse dia, com ele, dando-lhe oportunidade para profetizar que os Estados Pontifícios seriam tirados à Igreja, o que veio a acontecer.
No dia 10 de Março de 1869 chegou a Tarragona, caindo doente com uma pulmonia. Foram chamados os Padres Carmelitas, que o assistiram nos seus últimos momentos. Ouviram--no dizer: «Nunca quis outro caminho senão o da cruz. Meu Deus mudastes a minha sorte! Eu queria morrer arrastado pelas ruas de Barcelona, para vossa honra e glória. Ao menos quero morrer abrasado no vosso amor».
Era o dia 20 de Março de 1872.
A grande obra de Francisco Palau foi o amor à Igreja que ele experimentou e que foi crescendo por entre sofrimentos, perseguições, trabalhos apostólicos, e, sobretudo, nas luminosas e pacíficas solidões onde experimentou a «música calada, a solidão sonora e a ceia que recreia e enamora», que experimenta a alma que ama a Deus, como fala nosso pai S. João da Cruz.
Chama do Carmo I NS 122 I Novembro 6 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

No dia dos Fiéis Defuntos


Só nos acariciará o amor que distribuamos.
Só nos alegrará o sorriso que oferecermos.
Só nos refrescará a água que juntos bebermos.
Só nos alimentará o pão que partilharmos.
Só nos aconchegará a roupa que ao próximo vestirmos.
Só nos descansará o cansaço do peregrino que hospedarmos.
Só nos consolará a palavra com que confortarmos.
Só nos guiará a verdade que proclamarmos.
Só nos sarará o consolo do doente que visitarmos.
Só nos libertará o pesos que de muitos ombros tirarmos.
Só nos dará paz a ofensa que perdoarmos.
Só renascerá a esperança do olhar que ao céu dirigirmos e as mãos com que abraçamos.
Só nos ocnduzirá à Vida a confiança que em Deus depositarmos.

Que a tua fé seja grande e forte, para que no final recolhas o que acreditas.
Para que a nossa herança seja grande ao partirmos deste mundo, tudo depende do que tivermos dado. É isso que ficará nos corações como um legado de amor.
Portanto, semeia para que amanhã quando Deus recolha pense em ti e diga que cumpriste a tua tarefa.
O céu ganha-se com o hoje.