quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sequência do pentecostes

Celebramos este Domingo a Festa do Pentecostes. Com ela fechamos o Tempo Pascal. Foram cinquenta dias desde o Domingo da Ressurreição até hoje. Mas tudo é um só acontecimento. Durante cinquenta dias celebramos uma única festa, tão importante que a fazemos durar no tempo.
Neste domingo o Círio Pascal é solenemente apagado, para simbolizar o fim da presença visível do Senhor e o início da acção invisível do Espírito.
Na Sé Catedral, na Vigília do Pentecostes, seis dos nossos jovens receberam o sacramento do Crisma que os fortalece para testemuunhar a presença de Jesus no mundo.
Na Missa do Pentecostes aparece após a proclamação da segunda leitura, a oração chamada Sequência de Pentecostes, uma espécie de Cântico dos Cânticos à obra do Espírito Santo. É um texto maravilhoso, criado na Idade Média. No seu conjunto é sem dúvida uma das composições litúrgicas populares mais belas que se conhece. Segundo o Dicionário de Liturgia a Sequência «é um canto em poesia ou prosa ritmada que segue o canto da leitura precedente ao Evangelho, em alguma solenidade. O nome deriva do conjunto de neumas (sinais da antiga notação musical medieval) que vocalizavam com longa sequência de notas a última vogal do Aleluia. Para facilitar esta vocalização de tão poucas palavras, formaram uma composição autônoma que se tornou a sequência.»
Reviver o Pentecostes é voltar à fonte do Baptismo, pela acção do Espírito Santo que nos configura com Cristo. Esta realidade nada mais é do que a santificação, pois ser configurado com Cristo significa revestir-se dele, assumindo as suas feições de Filho querido do Pai.
A função do Espírito Santo é a de nos aproximar sempre de Cristo até nos revestir dele. A longa invocação da Sequência faz-nos recordar que a obra do Espírito Santo enquanto força do alto que opera em nós já está começada em nós. Aqui a publicamos para a guardarmos e a rezarmos sempre que quisermos.

Vinde, ó Santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.
Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.
Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.
Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.
Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:
Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.

Chama do Carmo I NS 151 I Maio 27 2012

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