sábado, 16 de novembro de 2013

O que fica do Ano da Fé?


Em palavras simples e belas do Papa Francisco

Ano da Fé. Encerramos neste domingo, a nível arciprestal, o pedaço de caminho que foi o Ano da Fé. Terminámo-lo melhor do que começámos. Sim, prefiro como o terminamos. Começámo-lo com um Papa sólido, Bento XVI, que parecia não conhecer o verbo duvidar; terminamo-lo com Francisco, que no seu percurso de homem crente tem (ou teve) dúvidas, um pai que nos abre o seu coração e até nos pede ajuda sobre como repensar, juntos, a pastoral da Igreja. Estamos no final do Ano da Fé, mas não estamos no fim do caminho e por isso nenhum discurso sobre a fé estará alguma vez dito e esgotado. E como por magia passamos a saber que o Papa celebra missa todos os dias! E todos os dias tem na sua curta homilia palavras curtas e certas e incisivas que valem encíclicas. São palavras que todos entendem e que a muitos inquietam. Podem ser ajuda à nossa meditação durante a última semana do Ano da Fé. Experimente uma de oito em oito horas.

I. A Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para a frente.

II. Todos já tivemos dúvidas no caminho da fé; também eu.

III. Neste Ano da Fé, recordemos que a fé não é nossa propriedade exclusiva, mas deve ser partilhada.

IV. Todo o cristão é um apóstolo.

V. Deus ama-nos. Não devemos ter medo de amá-lO. A fé professa-se com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.

VI. Jamais diria a um ateu que sua vida está condenada, porque estou convencido de que não tenho direito de fazer juízo sobre a honestidade dessa pessoa.

VII. Ser cristão não se reduz a cumprir mandamentos, mas é deixar que Cristo tome posse da nossa vida e a transforme.

VIII. A fé não é algo decorativo: ter fé significa por Cristo no centro da vida.

IX. Neste Ano da Fé, peçamos ao Senhor para a Igreja ser cada vez mais uma verdadeira família que leva o amor de Deus a todos.

X. «Bote fé na vida, o que significa?» Quando se prepara um bom prato e se vê que falta o sal, você, então, bota o sal; falta o azeite, então, bota azeite. Botar, ou seja, colocar, derramar.

XI. É assim também na nossa vida. Queridos jovens, se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: bote fé e a vida terá um sabor novo.

XII. No Ano da Fé, procuremos cada dia fazer qualquer coisa de concreto para conhecer melhor Jesus Cristo.

XIII. Queridos jovens, aprendei de São José, que teve momentos difíceis, mas não perdeu a confiança,  e soube superá-los.
XIV. Se não somos ovelhas de Jesus, a fé não desponta; é uma fé de “água de cheiro”, uma fé sem substância.

XV. Deus surpreende-nos sempre!

XVI. A verdade é que, quando se sai às ruas, como fazem todos os homens e mulheres, acontecem acidentes. No entanto, se a Igreja se fechar em si mesma, torna-se ultrapassada. E entre uma Igreja que sofre acidentes lá fora e outra adoecida pela autorreferência, não tenho dúvidas em preferir a primeira.

XVII. Para encontrar os mártires não é necessário ir às catacumbas ou ao Coliseu: actualmente, os mártires estão vivos em numerosos países. Os cristãos são perseguidos devido à fé. Nalguns países não podem usar a cruz: são punidos se o fazem. Hoje, no século XXI, a nossa Igreja é uma Igreja de mártires!

XVIII. Quem se aproxima da igreja deve encontrar as portas abertas e não fiscais da fé.

XIX. A segurança da fé não nos torna imóveis e fechados, mas põe-nos a caminho para dar testemunho a todos e dialogar com todos.

XX. Considerando que muitos de vocês não pertencem à Igreja Católica e outros não creem, dou-lhes com todo o meu coração esta bênção, em silêncio, para cada um de vocês, respeitando a consciência de cada um, mas sabendo que todos são filhos de Deus. Deus lhes abençoe.

Chama do Carmo I NS 203 I Novembro 17 2013


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