sábado, 3 de maio de 2014

Santa Maria, Mãe de Deus


Mãe de Deus. Chegou Maio. E Maio convoca-nos a olhar o rosto de Maria e toda a sua trajectória de co-redentora porque Mãe do Salvador. Maria é de facto Mãe de Jesus – é assim que ela era reconhecida pelos seus vizinhos. Jesus é Deus, logo portanto Maria é Mãe de Deus. Sim é verdade, a Virgem Maria é Mãe de Deus, mas nem todos os cristãos – os protestantes, por exemplo, o entendem assim.
Eis uma boa e singela reflexão para este Domingo, o primeiro de Maio, mês que tanto nos lembra a Mãe de Jesus e nossa Mãe; mês em que A evocamos e não nos cansamos de lhe oferecer e rezar uma coroa de rosas; Ela é nossa Mãe – eis toda a nossa gratidão neste domingo, o Dia da Mãe, dia de tão gratas e calorosas memórias.
Não há Jesus sem Maria nem Maria sem Jesus.  Maria, mulher e mãe, amou imensamente o seu Filho e o Filho, Deus e homem, serviu ternamente a sua Mãe. Jesus, o Filho de Maria, o Senhor, é o Cristo, o Ungido, o Enviado do Pai. (Muitos títulos para uma verdade da nossa fé verdadeiramente espessa e densa!) Jesus Cristo é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, e existe desde toda a eternidade  – é co-eterno com o Pai. Ele procede do Pai por uma geração espiritual, na qual não intervém evidentemente criatura alguma. Logo, portanto, aceitamos, a Virgem Maria não é mãe do Filho de Deus quanto à sua origem divina, mas sim, Maria é mãe do Verbo incarnado, que é o Filho de Deus feito homem.
Segundo o espírito, Jesus é Filho de Deus; segundo a carne, Jesus é Filho de Maria.
Nós não dizemos apenas que Maria é
mãe de Jesus, e se o dizemos logo acrescentamos que nós A reconhecemos também como Mãe de Deus. Jesus é Deus e homem em uma só pessoa, logo, portanto, Maria, a Mãe de Jesus, é Mãe do Deus Filho como o é do Jesus homem. Em Jesus Cristo, Deus e o homem formam um único ser, porque em Jesus Cristo o Espírito de Deus habita um corpo humano. É comparável – Ai meu Deus, por que temos de comparar? – à maneira como um qualquer líquido persiste dentro de uma embalagem qualquer. Enfim, talvez assim entendamos melhor: Cristo não pode ser dividido. Portanto, Maria é mãe do todo, e não apenas da parte humana – Ela é (toda) Mãe, Mãe de Deus!
Mãe de Deus é o título maior que se pode conferir a uma criatura! Não existe outro que se lhe compare! E não fora o sustentáculo da fé como compreenderíamos que da pequenina flor tenha brotado o Autor da vida?
Na Anunciação o diálogo entre Maria e o anjo foi assim: Maria perguntou ao anjo: – Como acontecerá isso, pois não conheço homem?
O anjo disse-lhe: – O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra; é por isso que o menino que vai nascer será chamado Filho de Deus.
No mistério altíssimo da Incarnação envolve-se o nosso Deus, todo o nosso Deus a quem chamamos Santíssima Trindade – o Espírito Santo; o Pai; o Filho de Deus-Jesus. No altíssimo e digníssimo mistério da Incarnação Deus envolve Maria na ternura e na sublimidade do mistério que engrandece e não humilha. Enfim, Maria, mãe de Jesus, o Filho de Deus, deve ser chamada Mãe de Deus, por ue Deus a achou digna de Si sem a separar dos caminhos da história. A mãe de um homem nunca é só a mãe do seu corpo, ela é mãe da pessoa toda: Assim também Maria é mãe de seu Filho.
Vamos no quarto dia do mês de Maio. As flores, talvez mais as mais singelas falam-nos da memória que o nosso coração guarda dessa Menina, também ela singela, que viveu em Nazaré na plenitude dos tempos. As flores de Maio falam-nos da beleza com que Deus veste as criaturas para Sua alegria e honra, e com que adornou Maria para ser a Mãe de Seu Filho.
Todos nós, sempre tão pequeninos e pobres, precisamos continuamente desse olhar de ternura e segurança que é o olhar de Maria, a Mãe que Jesus nos deu.
Maria, Mãe, neste mês de Maio quero oferecer-te e homenagear-te com flores. Ofereço-te as mais pequeninas e mais singelas, as que mais me falam de Ti, serena e discreta, a Menina de cuja beleza Deus delicadamente se encantou!
Ofereço-te as flores de um dia só, que desabrocham nos desertos e logo soçobram sob o calor tórrido do meio dia. Elas pouco me falam de ti, mas na verdade elas dizem-me da tua generosidade em esparcir beleza e encanto para suavizar as duras leis da história!
Ofereço-te as rosas tão delicadamente  insuperáveis: elas falam-me dos laços da tua ternura de Mãe, que enlaça cada um dos seus filhos como se só um deles existisse e lhes abençoa os sonhos, os voos e os passos!
Ofereço-te as que o acaso semeou nas fendas das rochas e são vergastadas pelos ventos, porque me falam da tua constância e fidelidade a Jesus até mesmo quando Ele foi cravado na Cruz!
Ofereço-te todas as margaridas do teu trono, porque me falam do perfume intenso da oração dos cristãos deste Carmo que é o teu!
Chama do Carmo I NS 227 I Maio 4 2014

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